Maria Rosa é a grande heroína da Guerra do Contestado que ocorreu no território de 40.000Km² disputado pelos estados do Paraná e de Santa Catarina, entre as cidades de União da Vitória, Irani, Caçador, Curitibanos e outras.
A Guerra do Contestado ocorreu por que o governo federal, com a construção da ferrovia ligando o estado de São Paulo ao Rio Grande do Sul, na passagem da estrada por esta região, determinou que 15 Km de cada lado da ferrovia seriam terras devolutas e que as mesmas pertenceriam então aos construtores da mesma, a empresa americana Brazil Railway Company e a Southern Brazil Lumber & Colonization Company, que deveria colonizar as terras com pessoal estrangeiro.
Os colonos que moravam na região foram expulsos de suas terras de forma violenta. Acrescente-se a isso o término da construção da ferrovia e a demissão de mais de 1.000 trabalhadores que ficaram sem serviço e o surgimento do monge José Maria que incitou o povo à guerra.
Foram quatro anos de guerra (de 1912 a 1916) entre os revoltosos e as tropas do governo federal. O primeiro combate foi em Irani, onde morreu o monge José Maria, mas com vitória dos revoltosos. Os nativos vão para Taquaruçú, onde erguem um povoado com mais de 700 pessoas. Em 1914 o reduto é destruído.
Os sertanejos vão para Caraguatá, onde surge Maria Rosa, moça de 15 anos, mística que detém dotes mediúnicos e que comanda 5.000 pessoas. Em 1915 o reduto cai em virtude das escaramuças com os “peludos”, a fome e a doença.
Seguem então para Pedras Brancas e Maria Rosa comanda a retirada. Adeodato assume o comando traindo Maria Rosa. Em 28 de março de 1915, Maria Rosa é morta em batalha às margens do Rio Caçador.
Montam outro reduto em Santa Maria, que é destruído em 03 de abril de 1915. Adeodato foge e é preso em 16 de agosto de 1916, colocando ponto final na Guerra do Contestado.
Maria Rosa era uma moça de apenas 15 anos quando surgiu como figura exponencial na Guerra do Contestado. Era médium de clarividência e clariaudiência, o que a fazia ver e ouvir os espíritos dos monges João Maria de Agostinho e José Maria. O povo tinha os místicos em grande valor por que eles anunciavam a vitória final dos sertanejos contra a opressão do governo, que desejava a todo custo fazer com que a região fosse colonizada pelos estrangeiros.
Maria Rosa teve grande influência nessa guerra, pois comandou mais de 5.000 pessoas em batalhas contra os soldados do governo federal. Ela falava sobre as experiências mediúnicas que tinha com os monges e relatava os seus conselhos sobre o prosseguimento da guerra. Ditava as ordens do que tinha que ser feito em cada ocasião, quem tinha que fazer o que e como fazer para obter sucesso nas empreitadas.
Taquaruçú foi destruída em 09 de fevereiro de 1914, e logo em seguida, foi erguido o reduto de Caraguatá, o que quer dizer que Maria Rosa apareceu como a mais importante personagem da Guerra do Contestado no inicio de 1914, terminado a sua participação com sua morte numa batalha em 28 de março de 1915. Durou apenas um ano e alguns dias o seu reinado como a Joana DÁrc do sertão, cognome pelo qual ficou conhecida.
Maria Rosa usava um vestido branco, enfeitado com fitas verdes e azuis, e penas de diversas cores. Seu fuzil também era enfeitado de fitas. Seu cavalo branco tinha arreios cobertos de veludo.
Ela era imponente quando montada em seu cavalo à frente de seu exército. Lutava como os mais bravos guerreiros e incitava os comandados a vencer sempre.
Com a sua morte em 1915, ela passa a vagar pela região, como mais uma das vitimas do conflito, pois quem morre no ardor das batalhas, geralmente demora algum tempo para readquirir consciência do seu estado como espírito desencarnado.
Depois de alguns anos no plano espiritual, as entidades superiores programam uma encarnação para ela numa cidade dentro da região do Contestado. Essa encarnação dura pouco mais de vinte anos, mas lhe proporciona a oportunidade de renovação de seus caminhos que agora estão inteiramente voltados para o bem. Temos que entender que Maria Rosa foi fruto do meio onde vivia e que guerreou dentro uma causa justa, que era a defesa de sua terra. Por isso essa guerreira foi inigualável no papel que desempenhou na guerra do Contestado.
Como Maria Rosa, ela não sabia ler nem escrever. Nessa nova encarnação ela foi à escola e aprendeu muito e também recordou o que já havia aprendido em reencarnações anteriores.
Depois do desencarne, ela se sentiu fortemente atraída aos mesmos redutos onde vivera como Maria Rosa e passou a vagar novamente pelos campos e cidades da região do conflito, junto com centenas de companheiros que foram seus comandados. As reminiscências da guerra estavam tão fortemente imantadas nesses espíritos o que fez com que eles andassem pelos mesmos locais, em atendimento à sua memória.
Esses espíritos ficaram vagando a esmo pela região, até o ano de 2008 quando Maria Rosa compreende que é chegado o tempo de renovar seu coração e pede a Jesus que a auxilie.
Como resposta ao seu pedido o Mestre envia Bezerra de Menezes para auxiliá-la no desiderato. O médico dos pobres utiliza então o Centro Espírita Dr. Adolfo Bezerra de Menezes onde atua como dirigente espiritual desde sua fundação em 1965, e que está situado na Rua Tupinambá nº 571 em Pato Branco para realizar o seu trabalho de amor.
Em 01 de outubro de 2008, durante palestra no Centro Espírita, uma jovem perguntou se Maria Rosa, uma das líderes dos revoltosos, via, ouvia e incorporava o espírito de José Maria, o monge que incitou os colonos a defender o seu chão. Nossa resposta foi que a história conta que ela realmente se comunicava com o espírito citado.
À noite o Dr. Bezerra nos pediu para pesquisar o conflito, o que foi feito no outro dia. A seguir o mentor nos pediu se tínhamos interesse de auxiliar num trabalho de resgate dos espíritos ainda vinculados a essa guerra. Respondemos que isso seria para nós uma honra. Ele nos disse que não deveríamos temer qualquer coisa. Só confiar em Jesus.
No primeiro momento em que nos pusemos a meditar, chegaram os mentores trazendo o espírito de uma moça que conversou mentalmente conosco. Com ela estava o seu grupo de companheiros. Na outra quarta-feira, durante a palestra sobre o Contestado, ela pediu permissão e contou de viva voz a sua história, que foi gravada e reproduzida no papel.
Era o espírito de Maria Rosa que se comunicava.
Abro uns parênteses para dizer aos meus amigos que na internet tem pouquíssima informação sobre Maria Rosa. E era ela quem Dr. Bezerra trouxe ao Centro Espírita.
Na história essa heroína conta que permanecia com centenas de companheiros desencarnados vagando pelas terras onde havia ocorrido o conflito. Muitas vezes ficava nos museus onde via as pessoas modernas chegar e olhar as relíquias da guerra. Até que lembrou de Jesus e pediu auxílio.
No que foi prontamente atendida através da falange do Dr. Bezerra. O médico dos pobres trouxe esses espíritos até nossa presença. Ela e os companheiros foram encaminhados a uma cidade espiritual onde receberam tratamento e puderam ver num filme tudo quanto vivenciaram na guerra. Viram também que Jesus permitiu que centenas de companheiros mortos no combate, voltaram à terra reencarnando nas famílias dos novos proprietários e dos antigos coronéis e fazendeiros, assumindo com a morte destes o domínio das terras pelas quais morreram lutando. Voltava assim o comando das terras aos legítimos proprietários.
Maria Rosa tem se comunicado seguidamente com o médium e com os seus amigos no Centro Espírita.
Ela conta que faz parte da família espiritual da dona Maria dirigente que muito trabalhou pelo Centro Espírita e que agora, no mundo espiritual continua com grande atuação junto a essa casa de amor.
Diz que reencarnou muitas vezes nessa família e que esse foi o ponto de convergência que levou o Dr. Bezerra a conduzi-la a esse Centro Espírita para ser auxiliada.
Maria Rosa está estudando no mundo espiritual e demonstra uma capacidade muito grande de aprendizagem. É um espírito estóico e de grande valor.
O Dr. Bezerra designou a ela e a seus comandados que trabalhem junto com o médium e seus guias espirituais, no difícil serviço de retirar das regiões inferiores os espíritos que sofrem e que já estão em condições de receber auxilio do alto.
As batalhas são muitas por que os espíritos voltados ao mal fazem de tudo para que seus prisioneiros não se libertem de suas garras inclementes.
Esse é o aprendizado maior de Maria Rosa: utilizar seus dotes guerreiros, a sua coragem e valentia para adequar os meios utilizados pela espiritualidade superior no intuito de auxiliar os espíritos que sofrem, retirando-os de locais sombrios, levando-os às regiões de luz.
André Luiz diz que quando um espírito sofredor é liberto e transformado em trabalhador do Senhor, fazem festa no céu.
Essa é uma maneira muito dinâmica de fazer a transformação da Terra de um planeta de expiação para um planeta de regeneração, como preconiza a Doutrina Espírita.
Como diz o Mestre Jesus: “andai enquanto há luz”! Não podemos deixar para amanhã o que podemos fazer hoje. E esse trabalho de resgate de irmãos que se debatem em sofrimento deve ser feito com urgência.
Maria Rosa se apresenta como uma menina-moça de 16 anos, com estatura mediana, pela clara, bronzeada pelo sol, rosto perfeito com olhos negros, sobrancelhas bonitas, nariz reto e boca saliente. Tem um sorriso encantador. Os cabelos são negros, cacheados e caem pelos ombros até a altura da cintura. É uma moça muito bonita, que encanta a todos, pelo seu carisma e simpatia.
Luiz Marini – 09 de novembro de 2008
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